March 16 at the JB on line (www.jbonline.com.br) Caderno B, O lenhador: Infância, tabu e pedofilia Divulgação Kevin Bacon interpreta um expresidiário que cumpriu 12 anos de pena por molestar meninas: em cena a pedofilia, vista sob o inusitado ângulo do pedófilo Tabu velado na sociedade americana, a pedofilia tem se tornado uma das perversões sexuais mais debatidas na mídia - sobretudo após os escândalos envolvendo o cantor Michael Jackson - gerando filmes como O lenhador (The woodsman, EUA, 2004), de Nicole Kassell. Produção independente revelada no Festival de Sundance de 2004, a fita chamou a atenção pela performance de Kevin Bacon como o pedófilo Walter. Após 12 anos de cadeia por molestar meninas, ele tenta se reintegrar numa sociedade que o vê como monstro. Seus únicos aliados são o cunhado Carlos (Benjamin Bratt) e a colega de trabalho Vickie (Kyra Sedgwick, esposa de Bacon há 17 anos). Vista por 14.549 brasileiros até domingo, segundo dados da Filme B (empresa que vistoria o mercado de cinema no Brasil), O lenhador será analisado nesta página por dois conhecedores do universo de crianças e adolescentes: a psicanalista Aurea Maria Lowenkron e o autor de livros infanto-juvenis Luiz Antonio Aguiar. Já Osmar Prado, que viveu um dependente químico na novela O clone, avalia o trabalho de Bacon. Reference to Nabokov´s Lolita, by Luiz Antonio Aguiar: "No entanto, O lenhador, à semelhança de Lolita, de Nabokov, é contado com foco no pedófilo. No filme, a bela e intimista interpretação de Kevin Bacon não procura dar explicações nem lições, inúteis no que é mais drástico e intenso na vida, mas expor um tormento, fazer-nos senti-lo junto com o atormentado. Tormento, aliás, que ele só domina no que se permite defrontar-se, no rosto e na meiguice de uma quase-vítima, com a dor que sua perversão provoca. São por momentos como nesse confronto e no da menção à fábula que O lenhador burla o maniqueísmo simplista e inumano do cinema americano atual - e se torna um excelente filme." " And yet, The Woodsman, like Nabokov´s Lolita is told from the perspective of the pedophile. In the film, the beautiful intimist interpretation of Kevin Bacon does not try to offer explanations or teach any lesson, all of the useless in what is more intense and drastic in life, but it presents a torment, and makes one feel the tormented one´s pain. A sufferingt that only he can control when he allows himself to confront, by looking at the face and sweetness of his quasi-victim, the pain that his perversion can cause.... "